
Neste artigo,
compartilho mais uma experiência com alunos idosos. Relato o caso de Dona Iris
(nome fictício) que pratica exercícios personalizados há mais de 10 anos.
É uma idosa muito
saudável fisicamente, mas portadora de depressão a cerca de 40 anos; Íris é
medicada e acompanhada por médicos durante todo este período. Além de
anti-depressivos, consome diariamente remédios para pressão arterial e
freqüentemente para gastrite.
Sendo o
treinador, devo estar sempre atualizado com todos os medicamentos utilizados e
as mudanças de dosagem dos mesmos. Quando há tais alterações ou prescrições de
novos, estudo as bulas e confiro se há interação com outros remédios além de
seus efeitos colaterais, que podem se manifestar e influenciar o desempenho
durante as sessões de Exercícios Físicos.
Os principais
sintomas, conseqüente dos antidepressivos , que Dona Íris sente, são excesso de
fadiga e sudorese além do comum. Em algumas sessões, o desconforto estomacal,
conseqüente do conjunto de muitos remédios ingeridos, também compromete a
performance.
Com relação à
prática, os exercícios são feitos no parque de seu condomínio; ambiente aberto,
arborizado e muito agradável. Fazemos musculação com o peso do corpo; flexões,
agachamentos, abdominais de todos os tipos e utilizamos elásticos como material
de resistência. Sempre concentro exercícios em pé primeiramente e termino com
exercícios deitados no colchonete. Alterná-los sempre causaram algumas tonturas ou mal-estar.
Também há
espaço para boas caminhadas e ocasionais e curtas corridas. Conseguimos
trabalhar com progressão de carga, velocidades explosivas e lentas.
Dona Íris
possui boas condições físicas; flexibilidade, equilíbrio, força de braços, pernas
e abdômen além de ossos bem fortes (já sofreu algumas quedas e só teve pequenas
escoriações na pele); trabalha com jardinagem, sobe no telhado para fazer
consertos, grande independência de ir e vir; dirige, viaja sozinha e faculdades
mentais 100% preservadas. Resumindo, tem todas suas Atividades Básicas e
Instrumentais de Vida Diária preservadas.
As crises
atrapalham a freqüência dos treinos; geralmente são 2 a 4 semanas de ausência
por crise e o recomeço é com muito
esforço. Cada sessão de treino pode começar com dificuldade pelo desânimo, mas
a resposta aguda à depressão que o Exercício Físico propicia é sempre de melhora.
Nossos encontros
são de 2 vezes semanais, 1 hora cada, mas para Dona Íris ter um efeito crônico
de combate à depressão pela Atividade Física Planejada, aconselho caminhadas
aceleradas de no mínimo 30’ diários, que
atualmente não são executadas com freqüência.
Nestes nossos
anos de convívio, equilibramos entre períodos contínuos de boa freqüência e
bons resultados com outros de inatividade pelas crises depressivas. Toda essa
experiência me faz concluir o quão aliado a prática de Atividade Física é no
tratamento da Depressão.
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